segunda-feira, 10 de novembro de 2014

México, um país mergulhado na barbárie

Assim como o Brasil, o México é um país marcado pela violência, que é hoje um dos problemas mais graves que o país possui, fruto da pobreza e da baixa renda.

A Máfia Mexicana é uma das organizações criminais mais poderosas do mundo e realiza atos de pura crueldade por todo país, como decapitações, esquartejamentos e mutilações.
Como se não bastasse o poder de tais organizações, a polícia do país também é conivente com a criminalidade e se envolve em atos de corrupção, fazendo vista grossa, lucrando com o tráfico, e auxiliando bandidos nas chacinas e perseguições, trabalhando em parceria com o crime organizado.


Fora dos paraísos tropicais que são fonte de turismo no México, os terríveis índices de violência aterrorizam a população que é surpreendida pelos assassinatos diários, e algumas vezes, exposições de cadáveres nas ruas, que são colocados a vista pelos criminosos com o intuito de amedrontar os civis e mostra-los o poder do crime.


O país clama por socorro.
A ultima noticia que chocou o mundo e deixou o México em luto foi o sequestro e assassinato de 43 estudantes, em Iguala, no estado de Guerrero.

Os estudantes tinham orientação socialista e costumavam participar de protestos. Em setembro organizavam uma manifestação e exigiam verba e transporte para participarem de um proteste na Cidade do México. A mobilização tomou rumos violentos e os jovens iniciaram embates com a polícia, que os reprimiu com brutalidade. A repressão policial foi ordenada por José Luis Albarca, prefeito de Iguala.
Alguns estudantes foram mortos no local, outros foram presos e em seguida entregues à uma gangue de traficantes pela própria policia, que mantém relações com organizações criminosas. Parte deles foram assassinados durante o protesto, outra parte asfixiada pelos policiais e o restante fuzilado por criminosos. Os corpos foram queimados em seguida.

Students chant slogans in front of the Attorney General Office in Mexico City on Wednesday during a protest over the 43 students missing in Iguala, Guerrero State.

A chacina é semelhante ao Massacre de Tlatelolco, em 1968, quando mais de 200 estudantes foram mortos pela polícia em um protesto na Cidade do México.
O fato é uma triste amostra da brutal repressão policial e da crueldade por parte das autoridades, que são capazes de matar jovens pelo simples fato de estarem lutando pelos seus direitos, e que mantém relações com facções criminosas, lucrando com o tráfico ao invés de combate-lo.
O ocorrido escancara os problemas que o México ainda enfrenta em relação ao narcotráfico e a corrupção.



A revolta da população se intensificou após tomarem conhecimento de que o presidente do país, Peña Nieto, viajaria à Asia e Austrália neste domingo, dia 09/11, para discutir questões econômicas.
Muitos afirmaram que é muita frieza e falta de qualidade de um presidente, ao viajar em meio a uma grave crise, onde as mortes sequer foram investigadas devidamente e a situação ter demorado cerca de uma semana para começar a ser apurada.

Manifestantes protestam contra morte de estudantes em frente ao palálcio presidencial na Cidade do México, neste sábado (8) (Foto: Edgard Garrido/Reuters)

O presidente se defendeu afirmando que a viagem era algo importante e decisivo para o destino da economia mexicana, algo que não foi suficiente para acalmar os nervos da população, que reagiu violentamente atacando o palácio presidencial e protestando com fúria pelas ruas da capital neste final de semana. O motivo para tamanha violência popular é a ineficiência da justiça nas investigações e a onda de violência que faz milhares de vítimas todos os anos no México. A população clama por justiça.

André Felipe Maria

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